"FLORES RARAS"

PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO do porque de todo o meu interesse por “Flores Raras” de Bruno Barreto que está em cartaz, remonto a 2012 quando assisti duas vezes o monologo “Um Porto Para Elizabeth Bishop” com Regina Braga e de autoria da jornalista Marta Goes em São Paulo. Um espetáculo belíssimo! Que genialmente convida o espectador a um mergulho artístico, político e cultural a partir das relações entre a poetisa americana Elizabeth Bishop e a arquiteta Lota Macedo Soares no Rio de Janeiro na década de 1950 em diante. Mesmo para quem não está habituado a assistir monólogos ou simplesmente ir ao teatro a peça com certeza deixou no ar um gostinho de quero mais: ou seja, conhecer melhor Bishop, Macedo Soares, e claro ver o filme! Como não sabemos quando a peça voltará em cartaz (de preferência com Regina Braga...), vale então como introdução ler o roteiro ou ainda ler o livro “Flores Raras e Banalissimas” de Carmem Lúcia de Oliveira que baseia o trabalho de Bruno Barreto. Que assisti e mesmo sendo um cinéfilo fico desta vez com o teatro. Pois mesmo tendo duração de 50 minutos é infinitamente superior aos 118 minutos do filme - com todo respeito ao Barreto. Glória Pires, Miranda Otto e Tracy Middendorf estão bem, mas o frenesi em que estão colocadas não faz jus a toda importância do enredo já conhecido, inclusive as cenas “mais quentes” parecem que foram aquecidas com forno a lenha! Pois afinal o filme poderia ser indicado a maiores de 18 anos (é indicado para maiores de 12), e ai sim manter a sintonia do debate que as personagens em questão exigem; quer dizer: a que todas a temáticas sugerem ou se propõem:a visão de uma intelectual estrangeira em solo pátrio por mais de uma década (sobretudo no período do Golpe militar de 64) sobre o país, o lesbianismo naquela época, etc. De toda forma vale conferir: mesmo que nós osasquenses sejamos uma vez mais obrigados a se deslocar a São Paulo. Ou aguardar o lançamento do filme em outra janela: DVD, Blu Ray, TV Paga; e por fim perder um dos debates do momento.