O QUILOMETRO DEZOITO COMO ELE É

DUAS NO CRAVO, DUAS NA FERRADURA: como todos sabem a fundação desse blog tem o objetivo de rememorar sempre a importância, o legado, do nosso mestre HUMBERTO MAURO, PAI DO CINEMA BRASILEIRO (que não tem como deixar mais de analisar minha relação com ele e evidentemente com seus familiares daqui para frente, etc.). E justamente agora depois do vitorioso pré-lançamento do meu documentário PASSAPORTE PARA OSASCO (PPO)  no Teatro Municipal de Osasco, sexta-feira passada (11/03), com uma plateia de pelo menos 150 pessoas e com praticamente uma  aprovação unânime do filme – inclusive com a presença de  mais de 15 familiares do saudoso José Ibrahin.

Tratarei mais disso depois (inclusive com imagens), ou seja, as informações ainda estão sendo processadas para serem publicadas...

O que pega neste exato momento e penso ser super-relevante um documentarista desta “Osasco dos meus amores”, para citar o espetáculo (anos 1980) do multimídia Ricardo Dias, é reportar o que presenciei ontem a caminho de um compromisso até as imediações da saudosa Praça do Samba ou Praça dos Santos Ribeiro no bairro do KM 18:

1-     Na esquina da Rua Vitorio Tafarello com a Rua Nossa Senhora do Rosário tem uma minúscula e sofrida pracinha completamente abandonada, podre mesmo!

2-     Já em frente à Paróquia Imaculada Conceição, surpresa! O Osasco Plaza Shopping em parceria com aquela comunidade e a prefeitura de Osasco plantou pelo menos quatro arvores... 

3-     Na volta para casa aqui no bairro do Alto do Farol, fui obrigado a pegar um taxi. Quando passamos em frente a um posto de gasolina ali na mesma Rua Imaculada Conceição, próximo a Praça Florinda Sinegalha Saraiva, infelizmente deparei com a demolição de imóveis,  entre eles  a que funcionou um comercio de Lan House de uma professora aposentada de português que me foge o nome dela agora, entre 2000 e 2005,  que me abrigou gentilmente através de um serviço de utilidade publica; época que ainda não tinha computador. Que adquiri depois graças as políticas de inclusões sociais do então governo  LULA – como muitos...! E observe: pelo jeito o antigo imóvel da histórica farmácia do Onofre ao lado, também está virando pó! “Da força da grana que ergue e destrói coisas belas” Caetano Veloso.  

4-     Enfim o referido táxi é do Sr. Dionizio Ribeiro, que peguei ali Rua na Gasparino Lunardi esquina  com a av. dos Autonomistas (Ponto numero 7 / F. 3682-5102), simpatia em pessoa, há pelo menos trinta anos na praça. Externada explicitamente no seu cartão social: “Nunca saia desarmado, Leve sempre um sorriso!”

TALVEZ ESSAS REFLEXÕES COLABOREM TAMBÉM PARA CONSTATAR DE UMA FORMA OU OUTRA, QUE A ONDA EM VIGOR DE CONSERVADORISMO, LAVAGEM CEREBRAL MESMO, COMO AFIRMA O JORNALISTA LUIS NASSIF, QUE TAMBÉM OCORRE EM DIVERSOS PAISES, TEM TUDO PARA DESTRUIR ESPAÇOS PÚBLICOS E DEMOCRATICOS COMO ESTE. MAS, COMO CINEASTA LUTO PELO BEM ESTAR COMUNITÁRIO. CONCORDA?

INFORMAÇÕES BÁSICAS DO PPO

REPITO MAIS UMA VEZ: o sentido desse blog é desde o começo (junho/13) manter ativa a memória do grande pai do cinema Brasileiro HUMBERTO MAURO. Bem como procurar manter integra minha sanidade mental...
 Não vai ser agora q consiguerei colocar imagens do PASSAPORTE P/ OSASCO, inclusive trailler ,etc., mas segue algumas notas. OK?

  

PASSAPORTE PARA OSASCO

Documentário, SP, PB/COR, 90 min. 2016.

O filme resgata a história da resistência ao regime militar imposto em 1964, vivenciada pelo movimento operário-estudantil de Osasco, passando pela morte do operário em uma caldeira, mobilizando os operários por seus direitos; a criação da Frente Nacional do Trabalho, da comissão de fábrica e do Círculo Estudantil, no ano de 1962; a vitória da chapa Verde de oposição para o Sindicato dos Metalúrgicos, em 1967; o enfrentamento no 1º de Maio na Praça da Sé em 1968 e a Greve de Osasco em 16 de lho daquele ano– permaneceram como memória de seus protagonistas, sob interdição da ditadura militar, veio o cárcere com as torturas, a desestruturação familiar, a solidão e o exílio.

Mais do que a paralisação e o confronto com o regime militar em 1968, as decorrências existenciais e emocionais na vida dessas pessoas, transformou o evento tão curto, no tempo cronológico, intenso e longo na trajetória de vida. Seu significado se estendeu a antes e depois dele e apresentou-se como traumática ferida, individual e coletiva, não curada.

O filme discute o processo de perseguição, de propaganda e embrutecimento que o regime produziu a imagem dos opositores políticos como criminosos e antinacionalistas. Não foi diferente com os militantes de Osasco, transformados e confundidos com terroristas, assassinos e estupradores, e ainda misturados a bizarrices sobre a cidade, como “loiras do banheiro” e “bebês demônios”, criações sensacionalistas da mídia da época.

O filme aborda a greve de Osasco, que para seus protagonistas representa um enfrentamento de um trauma, que pode significa ‘friccionar, triturar, perfurar’; mas também ‘suplantar’, ‘passar através’. Representa, nesse sentido, também o orgulho, a necessidade e a vontade de contar, relembrar, partilhar e renascer pela memória.

O filme questiona como e por que um movimento tão representativo, numa cidade rodeada por quartéis – e por isso reprimida e violentada – pode ser desfigurado ou até mesmo apagado do imaginário coletivo.

As ruínas de diversas fábricas, palco da resistência, podem ser também espaços da memória coletiva, constante, vivo, que se refaz e desfaz com a própria dinâmica do tempo e da vida das pessoas envolvidas. É falar de sentimentos, medos, significados e utopias.

O filme apresenta esses trabalhadores e oferece seus testemunhos, partilha suas experiências de organização, suas dores, derrotas e vitórias, enfim, estão vivos para contar.

É um filme de memórias e suas histórias deve nos tornar também testemunhas. Não como aqueles que viram e viveram, mas como aqueles que, ao estarem diante da experiência do outro, ao ouvirem e sentirem as palavras e gestos carregados de emoções, possam se tornar mediadores de um tempo novo, vivido.

O filme não deixa de ser uma homenagem à geração de 68 em Osasco, em particular a José Ibrahim, o jovem líder Sindicalista que ousou organizar um movimento de trabalhadores e semear a esperança de uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna.

De acordo com seu diretor, “o filme é um anseio de vários artistas, intelectuais e operários de Osasco. Aborda a ‘Geração 1968’ na cidade, notadamente a greve de Osasco daquele ano. É uma homenagem à José Ibrahin e seus familiares”.

FICHA TÉCNICA:

PASSAPORTE PARA OSASCO

Documentário, SP, PB/COR, 90 min. 2016.

Realização:

Cineclube Alto do Farol – Cineclube Kinopheria – Centro Cineclubista de São Paulo

Produção, Roteiro e Direção:

Rui de Souza

Produção Executiva:

Rita de Cássia Cunha – Marco Antônio Melo

Assistente de Produção:

Ivone Andrade de Souza

Ana Alexandria

Fotografia, Câmera e Edição:

João Brito Neto

Musica tema:

Alcides Neves (Voz e Violão)

Trilha Sonora:

Banda LA CARNE com a música “Granada”

Identidade Visual:

 Juçara Rodrigues

Apoio:

Comissão Municipal da Verdade de Osasco

Agradecimentos:

Albertino de Souza Oliva, Ana Alexandria, Cacá Mendes, Cesar Pignatari, Diogo Gomes dos Santos, Ivone Andrade de Souza, Marco A. Melo, Marta G. O. Rovai, Perpétua Medrado Gonçalves, Risomar Fasanaro, Rodrigo Fernandez

IN MEMORIAN:

Marcia Rocha

José Ibrahin

Entrevistados:

Antonio Roberto Espinosa

Helena Pignatari Werner

Inácio Pereira Gurgel

João Joaquim da Silva

José Groff

José Ibrahin

Risomar Fasanaro

Roque Aparecido da Silva

Terezinha de Jesus Gurgel

CURIOSIDADES

O filme foi inteiramente captado em hi8 Digital e levou aproximadamente 15 anos para ser concluído. Antes, suas entrevistas, resultado da pesquisa, viram teses de Mestrado e Doutorado.

O filme foi totalmente realizado sem nenhum tipo de apoio, privado ou estatal.

José Ibrain, personagem central dos acontecimentos abordados no filme, Inácio Gurgel, poeta, líder católico e dramaturgo dos trabalhadores de Osasco e José Groff também liderança na época da Frente Nacional do Trabalho (FNT) ligada a igreja católica, faleceram sem assistirem o filme concluído.

Algumas músicas produzidas e dirigidas por Alcides Neves, bem como outros materiais, serão incluídos em Extras p/ Blu Ray, DVD e Internet.  A seguir também estará disponível trailler.

O filme é o primeiro Longa-Metragem realizado na cidade e dirigido por um osasquense. Que desenvolveu durante sua produção um diário de filmagens.

Contatos: Rui de Souza - (11) 98917-4783 rsouza08@yahoo.com.br

                                             netodohumbertomauro.blogspot.com (ativo há mais de dois anos)

Difusão: Diogo Gomes dos Santos

diogo_gomescn@yahoo.com.br  - Tel (11) 9.9828.4984/ 9.8723.0892 / 9.6925.9282

ANTES TARDE.. SEGUE CONVITE OFICIAL DO PPO