Não vai ser agora q consiguerei colocar imagens do PASSAPORTE P/ OSASCO, inclusive trailler ,etc., mas segue algumas notas. OK?
Documentário, SP, PB/COR, 90
min. 2016.
O filme
resgata a história da resistência ao regime militar imposto em 1964, vivenciada
pelo movimento operário-estudantil de Osasco, passando pela morte do operário
em uma caldeira, mobilizando os operários por seus direitos; a criação da
Frente Nacional do Trabalho, da comissão de fábrica e do Círculo Estudantil, no
ano de 1962; a vitória da chapa Verde de oposição para o Sindicato dos
Metalúrgicos, em 1967; o enfrentamento no 1º de Maio na Praça da Sé em 1968 e a
Greve de Osasco em 16 de lho daquele ano– permaneceram como memória de seus
protagonistas, sob interdição da ditadura militar, veio o cárcere com as
torturas, a desestruturação familiar, a solidão e o exílio.
Mais do
que a paralisação e o confronto com o regime militar em 1968, as decorrências
existenciais e emocionais na vida dessas pessoas, transformou o evento tão
curto, no tempo cronológico, intenso e longo na trajetória de vida. Seu significado
se estendeu a antes e depois dele e apresentou-se como traumática ferida,
individual e coletiva, não curada.
O filme
discute o processo de perseguição, de propaganda e embrutecimento que o regime
produziu a imagem dos opositores políticos como criminosos e antinacionalistas.
Não foi diferente com os militantes de Osasco, transformados e confundidos com
terroristas, assassinos e estupradores, e ainda misturados a bizarrices sobre a
cidade, como “loiras do banheiro” e “bebês demônios”, criações sensacionalistas
da mídia da época.
O filme aborda a greve
de Osasco, que para seus protagonistas representa um enfrentamento de um
trauma, que pode significa ‘friccionar, triturar, perfurar’; mas também
‘suplantar’, ‘passar através’. Representa, nesse sentido, também o orgulho, a
necessidade e a vontade de contar, relembrar, partilhar e renascer pela
memória.
O filme questiona como e por que um movimento tão representativo,
numa cidade rodeada por quartéis – e por isso reprimida e violentada – pode ser
desfigurado ou até mesmo apagado do imaginário coletivo.
As ruínas de diversas fábricas, palco da resistência, podem ser
também espaços da memória coletiva, constante, vivo, que se refaz e desfaz com
a própria dinâmica do tempo e da vida das pessoas envolvidas. É falar de
sentimentos, medos, significados e utopias.
O filme apresenta esses trabalhadores e oferece seus testemunhos,
partilha suas experiências de organização, suas dores, derrotas e vitórias, enfim,
estão vivos para contar.
É um filme de memórias e suas histórias deve nos tornar também
testemunhas. Não como aqueles que viram e viveram, mas como aqueles que, ao
estarem diante da experiência do outro, ao ouvirem e sentirem as palavras e
gestos carregados de emoções, possam se tornar mediadores de um tempo novo, vivido.
O filme não deixa de ser uma homenagem à geração de 68 em Osasco,
em particular a José Ibrahim, o jovem líder Sindicalista que ousou organizar um
movimento de trabalhadores e semear a esperança de uma sociedade mais justa,
igualitária e fraterna.
De acordo com seu diretor, “o filme é um anseio de vários
artistas, intelectuais e operários de Osasco. Aborda a ‘Geração 1968’ na
cidade, notadamente a greve de Osasco daquele ano. É uma homenagem à José
Ibrahin e seus familiares”.
FICHA TÉCNICA:
PASSAPORTE
PARA OSASCO
Documentário,
SP, PB/COR, 90 min. 2016.
Realização:
Cineclube
Alto do Farol – Cineclube Kinopheria – Centro Cineclubista de São Paulo
Produção, Roteiro e Direção:
Rui de
Souza
Produção Executiva:
Rita de
Cássia Cunha – Marco Antônio Melo
Assistente de Produção:
Ivone
Andrade de Souza
Ana
Alexandria
Fotografia, Câmera e Edição:
João
Brito Neto
Musica tema:
Alcides
Neves (Voz e Violão)
Trilha Sonora:
Banda LA
CARNE com a música “Granada”
Identidade Visual:
Juçara Rodrigues
Apoio:
Comissão
Municipal da Verdade de Osasco
Agradecimentos:
Albertino
de Souza Oliva, Ana Alexandria, Cacá Mendes, Cesar Pignatari, Diogo Gomes dos
Santos, Ivone Andrade de Souza, Marco A. Melo, Marta G. O. Rovai, Perpétua Medrado
Gonçalves, Risomar Fasanaro, Rodrigo Fernandez
IN MEMORIAN:
Marcia
Rocha
José
Ibrahin
Entrevistados:
Antonio Roberto Espinosa
Helena Pignatari Werner
Inácio Pereira Gurgel
João Joaquim da Silva
José Groff
José Ibrahin
Risomar Fasanaro
Roque Aparecido da Silva
Terezinha de Jesus Gurgel
CURIOSIDADES
O filme foi inteiramente captado em hi8 Digital e levou
aproximadamente 15 anos para ser concluído. Antes, suas entrevistas, resultado
da pesquisa, viram teses de Mestrado e Doutorado.
O filme foi totalmente realizado sem nenhum tipo de
apoio, privado ou estatal.
José Ibrain, personagem central dos acontecimentos
abordados no filme, Inácio Gurgel, poeta, líder católico e dramaturgo dos
trabalhadores de Osasco e José Groff também liderança na época da Frente
Nacional do Trabalho (FNT) ligada a igreja católica, faleceram sem assistirem o
filme concluído.
Algumas músicas produzidas e dirigidas por Alcides
Neves, bem como outros materiais, serão incluídos em Extras p/ Blu Ray, DVD e
Internet. A seguir também estará
disponível trailler.
O filme é o primeiro Longa-Metragem realizado na cidade
e dirigido por um osasquense. Que desenvolveu durante sua produção um diário de
filmagens.
Contatos: Rui de
Souza - (11) 98917-4783 rsouza08@yahoo.com.br
netodohumbertomauro.blogspot.com
(ativo há mais de dois anos)
Difusão: Diogo
Gomes dos Santos
diogo_gomescn@yahoo.com.br
- Tel (11) 9.9828.4984/ 9.8723.0892 /
9.6925.9282
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