sexta-feira, 11 de março de 2016

INFORMAÇÕES BÁSICAS DO PPO

REPITO MAIS UMA VEZ: o sentido desse blog é desde o começo (junho/13) manter ativa a memória do grande pai do cinema Brasileiro HUMBERTO MAURO. Bem como procurar manter integra minha sanidade mental...
 Não vai ser agora q consiguerei colocar imagens do PASSAPORTE P/ OSASCO, inclusive trailler ,etc., mas segue algumas notas. OK?

  
Documentário, SP, PB/COR, 90 min. 2016.

O filme resgata a história da resistência ao regime militar imposto em 1964, vivenciada pelo movimento operário-estudantil de Osasco, passando pela morte do operário em uma caldeira, mobilizando os operários por seus direitos; a criação da Frente Nacional do Trabalho, da comissão de fábrica e do Círculo Estudantil, no ano de 1962; a vitória da chapa Verde de oposição para o Sindicato dos Metalúrgicos, em 1967; o enfrentamento no 1º de Maio na Praça da Sé em 1968 e a Greve de Osasco em 16 de lho daquele ano– permaneceram como memória de seus protagonistas, sob interdição da ditadura militar, veio o cárcere com as torturas, a desestruturação familiar, a solidão e o exílio.
Mais do que a paralisação e o confronto com o regime militar em 1968, as decorrências existenciais e emocionais na vida dessas pessoas, transformou o evento tão curto, no tempo cronológico, intenso e longo na trajetória de vida. Seu significado se estendeu a antes e depois dele e apresentou-se como traumática ferida, individual e coletiva, não curada.
O filme discute o processo de perseguição, de propaganda e embrutecimento que o regime produziu a imagem dos opositores políticos como criminosos e antinacionalistas. Não foi diferente com os militantes de Osasco, transformados e confundidos com terroristas, assassinos e estupradores, e ainda misturados a bizarrices sobre a cidade, como “loiras do banheiro” e “bebês demônios”, criações sensacionalistas da mídia da época.
O filme aborda a greve de Osasco, que para seus protagonistas representa um enfrentamento de um trauma, que pode significa ‘friccionar, triturar, perfurar’; mas também ‘suplantar’, ‘passar através’. Representa, nesse sentido, também o orgulho, a necessidade e a vontade de contar, relembrar, partilhar e renascer pela memória.
O filme questiona como e por que um movimento tão representativo, numa cidade rodeada por quartéis – e por isso reprimida e violentada – pode ser desfigurado ou até mesmo apagado do imaginário coletivo.
As ruínas de diversas fábricas, palco da resistência, podem ser também espaços da memória coletiva, constante, vivo, que se refaz e desfaz com a própria dinâmica do tempo e da vida das pessoas envolvidas. É falar de sentimentos, medos, significados e utopias.
O filme apresenta esses trabalhadores e oferece seus testemunhos, partilha suas experiências de organização, suas dores, derrotas e vitórias, enfim, estão vivos para contar.
É um filme de memórias e suas histórias deve nos tornar também testemunhas. Não como aqueles que viram e viveram, mas como aqueles que, ao estarem diante da experiência do outro, ao ouvirem e sentirem as palavras e gestos carregados de emoções, possam se tornar mediadores de um tempo novo, vivido.
O filme não deixa de ser uma homenagem à geração de 68 em Osasco, em particular a José Ibrahim, o jovem líder Sindicalista que ousou organizar um movimento de trabalhadores e semear a esperança de uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna.
De acordo com seu diretor, “o filme é um anseio de vários artistas, intelectuais e operários de Osasco. Aborda a ‘Geração 1968’ na cidade, notadamente a greve de Osasco daquele ano. É uma homenagem à José Ibrahin e seus familiares”.

FICHA TÉCNICA:
PASSAPORTE PARA OSASCO
Documentário, SP, PB/COR, 90 min. 2016.

Realização:
Cineclube Alto do Farol – Cineclube Kinopheria – Centro Cineclubista de São Paulo

Produção, Roteiro e Direção:
Rui de Souza

Produção Executiva:
Rita de Cássia Cunha – Marco Antônio Melo

Assistente de Produção:
Ivone Andrade de Souza
Ana Alexandria

Fotografia, Câmera e Edição:
João Brito Neto

Musica tema:
Alcides Neves (Voz e Violão)

Trilha Sonora:
Banda LA CARNE com a música “Granada”

Identidade Visual:
 Juçara Rodrigues

Apoio:
Comissão Municipal da Verdade de Osasco

Agradecimentos:
Albertino de Souza Oliva, Ana Alexandria, Cacá Mendes, Cesar Pignatari, Diogo Gomes dos Santos, Ivone Andrade de Souza, Marco A. Melo, Marta G. O. Rovai, Perpétua Medrado Gonçalves, Risomar Fasanaro, Rodrigo Fernandez


IN MEMORIAN:
Marcia Rocha
José Ibrahin


Entrevistados:
Antonio Roberto Espinosa
Helena Pignatari Werner
Inácio Pereira Gurgel
João Joaquim da Silva
José Groff
José Ibrahin
Risomar Fasanaro
Roque Aparecido da Silva
Terezinha de Jesus Gurgel

CURIOSIDADES
O filme foi inteiramente captado em hi8 Digital e levou aproximadamente 15 anos para ser concluído. Antes, suas entrevistas, resultado da pesquisa, viram teses de Mestrado e Doutorado.
O filme foi totalmente realizado sem nenhum tipo de apoio, privado ou estatal.
José Ibrain, personagem central dos acontecimentos abordados no filme, Inácio Gurgel, poeta, líder católico e dramaturgo dos trabalhadores de Osasco e José Groff também liderança na época da Frente Nacional do Trabalho (FNT) ligada a igreja católica, faleceram sem assistirem o filme concluído.
Algumas músicas produzidas e dirigidas por Alcides Neves, bem como outros materiais, serão incluídos em Extras p/ Blu Ray, DVD e Internet.  A seguir também estará disponível trailler.
O filme é o primeiro Longa-Metragem realizado na cidade e dirigido por um osasquense. Que desenvolveu durante sua produção um diário de filmagens.



Contatos: Rui de Souza - (11) 98917-4783 rsouza08@yahoo.com.br
                                             netodohumbertomauro.blogspot.com (ativo há mais de dois anos)
Difusão: Diogo Gomes dos Santos
diogo_gomescn@yahoo.com.br  - Tel (11) 9.9828.4984/ 9.8723.0892 / 9.6925.9282


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