EXATAMENTE HÁ TRÊS MESES, dia em que a presidenta Dilma foi
grampeada ilegalmente numa conversa com Lula pela Justiça (a mando do juiz
Sérgio Moro, não é?), e que na continuação tornaram mais tensos o País, que
ainda hoje ainda vive sofre crises políticas, golpe mesmo (!), econômicas, etc.,
presenciei num ônibus aqui em Osasco (mais) uma cena corriqueira para quem
utiliza ou depende dos transportes públicos: a explicita indiferença social.
Ao entrar no
coletivo na Zona Norte de Osasco, próximo de um conjunto residencial humilde
chamado Copromo, sentei no último banco, cujo outros três lugares já estavam
tomados por dois garotos negros “desmaiados um sobre o outro”. Eles fediam,
estavam sujos enfim eram mesmo moradores de rua. Ou literalmente haviam “sidos
expulsos de casa” para mais uma noite para fazer o que não deveriam. Se
considerarmos o que é comum com outros tantas crianças “com famílias normais”.
E todos ao redor seguiam “normalmente” sentados próximos.
Bem chegou ao
centro de Osasco eles desceram, e não aguentei, ainda deu tempo de entregar uns
bombons para eles.
A seguir sentaram
no lugar outros dois garotos brancos que com suas mochilas e uniformes deixavam
claro que estavam saindo da escola a caminho de casa. Acontece que imediatamente um deles puxou o
celular e o outro perguntou: “E ai está 3x1 para o Barça?”.
Naquela tarde
noite/noite ocorria um jogo na Europa em o Barcelona de Messi, Neymar. E
estavam assistindo ao vivo.
Esses
meninos com certeza são frutos de famílias que com a ligeira ascensão social,
que justamente os governos Lula e Dilma proporcionaram. Logo já conseguem ter
acesso a celulares modernos, etc.; que se calcula, necessariamente foi para a
grande maioria da população basicamente com benefícios sócio/econômicos, mas ainda
deixam muito desejar no que tange ao despertar critico, cultural e porque não, político
da realidade. Basta constatar o alto índice de analfabetos que ainda persiste.
Enfim ninguém lê! Ou simplesmente “se deixa levar pela alienação e ignorância”.
Quando o ônibus
chegou próximo da prefeitura, não resisti e cochichei com uma moça ao meu lado
sobre o triste paradoxo que acabamos de presenciar.
A necessidade
de tornar público esta crônica ocorre evidentemente após o caso horroroso do garoto
Italo e seu coleguinha, ambos com dez e 11 anos, serem perseguidos ao volante
de um carro pela policia militar dias atrás em SP.
Daí vem à
questão: aquelas duas crianças igualmente negras, não estão tendo neste momento
vidas iguais, ou melhor, destinos iguais a estes agora? E saber que no
Congresso Nacional está quase para ser aprovada a redução da Maioridade Penal...
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