quinta-feira, 16 de junho de 2016

“3X1 PRO BARÇA?”



EXATAMENTE HÁ TRÊS MESES, dia em que a presidenta Dilma foi grampeada ilegalmente numa conversa com Lula pela Justiça (a mando do juiz Sérgio Moro, não é?), e que na continuação tornaram mais tensos o País, que ainda hoje ainda vive sofre crises políticas, golpe mesmo (!), econômicas, etc., presenciei num ônibus aqui em Osasco (mais) uma cena corriqueira para quem utiliza ou depende dos transportes públicos: a explicita indiferença social.
Ao entrar no coletivo na Zona Norte de Osasco, próximo de um conjunto residencial humilde chamado Copromo, sentei no último banco, cujo outros três lugares já estavam tomados por dois garotos negros “desmaiados um sobre o outro”. Eles fediam, estavam sujos enfim eram mesmo moradores de rua. Ou literalmente haviam “sidos expulsos de casa” para mais uma noite para fazer o que não deveriam. Se considerarmos o que é comum com outros tantas crianças “com famílias normais”. E todos ao redor seguiam “normalmente” sentados próximos.
Bem chegou ao centro de Osasco eles desceram, e não aguentei, ainda deu tempo de entregar uns bombons para eles.
A seguir sentaram no lugar outros dois garotos brancos que com suas mochilas e uniformes deixavam claro que estavam saindo da escola a caminho de casa.  Acontece que imediatamente um deles puxou o celular e o outro perguntou: “E ai está 3x1 para o Barça?”.
Naquela tarde noite/noite ocorria um jogo na Europa em o Barcelona de Messi, Neymar. E estavam assistindo ao vivo.
Esses meninos com certeza são frutos de famílias que com a ligeira ascensão social, que justamente os governos Lula e Dilma proporcionaram. Logo já conseguem ter acesso a celulares modernos, etc.; que se calcula, necessariamente foi para a grande maioria da população basicamente com benefícios sócio/econômicos, mas ainda deixam muito desejar no que tange ao despertar critico, cultural e porque não, político da realidade. Basta constatar o alto índice de analfabetos que ainda persiste. Enfim ninguém lê! Ou simplesmente “se deixa levar pela alienação e ignorância”.
Quando o ônibus chegou próximo da prefeitura, não resisti e cochichei com uma moça ao meu lado sobre o triste paradoxo que acabamos de presenciar.
A necessidade de tornar público esta crônica ocorre evidentemente após o caso horroroso do garoto Italo e seu coleguinha, ambos com dez e 11 anos, serem perseguidos ao volante de um carro pela policia militar dias atrás em SP.
Daí vem à questão: aquelas duas crianças igualmente negras, não estão tendo neste momento vidas iguais, ou melhor, destinos iguais a estes agora? E saber que no Congresso Nacional está quase para ser aprovada a redução da Maioridade Penal...




  

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